Chuva deve favorecer plantio mais cedo este ano

Após semana muito seca, chuva vai alcançar Mato Grosso

As primeiras chuvas convectivas de setembro alcançaram parte de Mato Grosso nesta semana. Em Cotriguaçu, o acumulado alcançou 20mm, enquanto em Brasnorte-MT, 40mm, ambos os municípios localizados no noroeste do Estado.

Naturalmente, as condições para plantio ainda estão longe do ideal, mas a precipitação indica que a Amazônia está “despertando” mais cedo que no ano passado e que a chuva boa para plantio não deverá demorar a acontecer.

Especificamente nos próximos sete dias, o que mais chamará a atenção será o calor e a baixa umidade relativa do ar em boa parte do Brasil, sendo que na Região Sul, o período será uma ótima oportunidade para o avanço do plantio de milho e de soja, além da manutenção do trigo.

A “magia” da primavera vai começar a aparecer no decorrer da segunda quinzena de setembro, quando a chuva espalhar pelas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte.

Na região da BR-163, em Mato Grosso, região de Lucas do Rio Verde, Sinop e Sorriso, a previsão de um acumulado médio de 40mm poderá encorajar produtores a iniciar o plantio da soja super-precoce. Além do centro e norte de Mato Grosso, a Região Sul verá o retorno da chuva forte e dificuldade nas atividades de campo.

Por enquanto, as simulações indicam que as chuvas mais intensas permanecerão sobre a Região Sul e parte de Mato Grosso até a primeira semana de outubro. Vale salientar que a chuva também alcançará a Região Sudeste e os Estados de Mato Grosso do Sul e de Goiás neste período, porém de forma mais irregular, fazendo com que o plantio avance muito devagar.

A regularização da chuva nas áreas centrais do Brasil acontecerá a partir da segunda semana de outubro. Por fim, no Matopiba, como é comum, ainda não há previsão de chuvas regulares até pelo menos o início da segunda quinzena de outubro.

É claro que este cenário que escrevi precisa ser monitorado, sobretudo as informações mais distantes, mas algo que as simulações insistem em mostrar é que a precipitação não demora a acontecer na maior parte do país nesta primavera por conta da temperatura dos oceanos.

O Índico está mais frio a oeste e mais quente a leste, situação que não atrapalha a regularização da chuva no Brasil e favorece a formação do fenômeno La Niña.

Além disso, a diferença da temperatura entre o Atlântico Tropical Norte e Sul não é tão grande a ponto de impedir o transporte de umidade deste oceano para o Brasil, tanto que como escrevi, a Amazônia já está “despertando”.

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Celso Oliveira, colunista de The AgriBiz, é especialista em clima da Tempo OK. Bacharel em meteorologia e mestre em agronomia pela Universidade de São Paulo, atua há mais de 20 anos em análises climáticas para a agricultura.

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