O mercado de commodities encerrou o ano com desempenhos divergentes, destacando-se o cacau, que liderou as altas pelo segundo ano consecutivo, enquanto o aço enfrentou pressões devido à desaceleração econômica da China. Os dados reforçam as tendências globais de demanda e os impactos das condições macroeconômicas nos preços das matérias-primas.
O cacau foi a estrela do mercado em 2023, com um aumento de 64% no ano, somando-se ao crescimento expressivo de 23% em 2022. A alta foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo condições climáticas adversas nas principais regiões produtoras da África Ocidental, como Costa do Marfim e Gana, e o aumento da demanda global por chocolate. Além disso, a especulação no mercado futuro também contribuiu para a valorização da commodity.
Por outro lado, o aço enfrentou um cenário desafiador, com quedas significativas nos preços devido à desaceleração da economia chinesa, maior produtor e consumidor global do metal. A crise no setor imobiliário da China, que responde por uma parcela relevante da demanda por aço, e a redução no ritmo de obras de infraestrutura pesaram sobre o mercado. Como resultado, o minério de ferro, principal insumo para a produção de aço, registrou queda de 21% em 2023.
Outras commodities também tiveram desempenhos variados. O petróleo, por exemplo, encerrou o ano com queda de 10%, pressionado pela redução na demanda global e pelo aumento da produção nos Estados Unidos. Já o ouro, considerado um ativo de proteção em momentos de incerteza, teve alta de 13%, beneficiado pela expectativa de corte nas taxas de juros nos Estados Unidos e pela instabilidade geopolítica.
O mercado agrícola também apresentou contrastes. Enquanto o cacau se destacou, o açúcar e o café tiveram altas moderadas, impulsionadas por preocupações com a oferta e condições climáticas desfavoráveis. Por outro lado, a soja e o milho enfrentaram pressões devido à safra recorde nos Estados Unidos e à desaceleração da demanda global.
Analistas destacam que o cenário para 2024 permanece incerto, com fatores como a política monetária dos Estados Unidos, a recuperação da economia chinesa e as condições climáticas globais continuando a influenciar os preços das commodities. Enquanto isso, investidores e produtores se preparam para um ano que promete ser marcado por volatilidade e oportunidades estratégicas.
Fonte: InfoMoney