As condições meteorológicas vêm oscilando a cada mês no Brasil. A cada 30 dias, a precipitação se concentra em um local, mudando também o padrão de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade dos ventos.
Relembrando: após estiagem em fevereiro e março, a chuva retornou ao Sudeste e Centro-Oeste em abril e garantiu uma ótima safra de milho. Já em maio, o tempo ficou mais seco no Sul e Sudeste, com temperaturas acima da média dos últimos anos. Em junho, além do frio, as inundações no Rio Grande do Sul chamaram a atenção. Por fim, neste mês de julho, o frio prosseguiu em boa parte do Brasil, mas a chuva enfraqueceu.
As oscilações acontecem porque o oceano Pacífico não é protagonista desde o início do outono, quando foi decretado o término de um fraco fenômeno La Niña. Sob neutralidade, efeitos observados sobretudo no oceano Índico passam a ser mais relevantes, porém eles não geram a mesma persistência meteorológica de um El Niño ou La Niña.
Pelo menos até novembro, a expectativa é que o Pacífico se mantenha neutro, sem El Niño ou La Niña — o que indica uma configuração meteorológica diferente a cada mês.
Assim, depois de algumas semanas sem chuva, as precipitações voltarão nos próximos dias. Espera-se uma sequência de áreas de instabilidade, frentes frias e ciclones extratropicais que trarão chuva frequente entre esta semana e o fim da semana que vem, paralisando as atividades de campo e aumentando o risco de aparecimento de doenças em lavouras de inverno do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
De acordo com a Emater-RS, apesar do rápido avanço da semeadura nas últimas semanas e melhora da qualidade das lavouras após o excesso de chuva em junho, especificamente no sul do Rio Grande do Sul, a maior quantidade de nuvens limitou a evolução das plantas.
No Paraná, o Deral indica bom desenvolvimento do trigo que foi instalado dentro do zoneamento agrícola. Áreas que foram semeadas antes da data ideal tiveram perdas ainda não contabilizadas em função do frio intenso de junho.
Além da região Sul, a chuva também retornará ao Sudeste e Centro-Oeste a partir do início da semana que vem. A precipitação será mais intensa no sul de Mato Grosso do Sul e deve diminuir o ritmo de colheita da segunda safra de milho no Estado.
A Conab estima que, até 19 de julho, 37% das áreas já tenham sido colhidas. Em São Paulo e em Minas Gerais, a chuva será bem mais fraca e acontecerá no primeiro fim de semana de agosto, porém pode atrapalhar a secagem do café ao ar livre.