Agrolend

Da Embrapa à Agrolend: Japonesa JICA vira sócia do banco digital

A Agrolend acaba de trazer um sócio emblemático para as ambições do primeiro banco digital voltado para o agronegócio. Em uma extensão da rodada série C, a companhia fundada pelos irmãos Glezer atraiu a JICA, agência internacional de cooperação do governo japonês.

Ao todo, a agência do Japão investiu US$ 3 milhões na Agrolend, tornando-se uma das sócias da companhia. Com isso, o tamanho da série C chegou a US$ 56 milhões, uma das maiores rodadas de uma startup ligada ao agronegócio.

Antes da extensão anunciada nesta quarta-feira, a Agrolend já havia levantado US$ 53 milhões, em uma rodada que atraiu investidores como a americana Creation Investments, Syngenta, os veículos de corporate venture capital da Vivo e da B3, além do banco japonês Nochu — um dos maiores financiadores agrícolas na Ásia.

A chegada da JICA ao capital da Agrolend é carregada de simbolismo. Na década de 1970, a agência japonesa deu uma contribuição relevante na transformação do Cerrado em uma potência agrícola, um trabalho feito em parceria com a Embrapa — a estatal de pesquisa brasileira criou as condições para o Brasil se tornar um gigante no universo dos grãos.

“A chegada da JICA é também um selo. Eles têm um processo de diligência, que envolve aspectos agroambientais e sociais, muito intenso. Trazer uma agência desse porte mostra a segurança por trás da nossa empresa”, afirmou Alan Glezer, cofundador da Agrolend, em entrevista ao The AgriBiz.

Além de sócia, a JICA pode abrir uma nova fonte de funding para o crédito concedido pela Agrolend. A agência japonesa é conhecida por estruturar crédito para instituições financeiras brasileiras, incluindo Sicredi e BTG Pactual. Os japoneses também já deram crédito para a Amaggi, maior trading agrícola de capital nacional, em uma linha voltada ao fomento da agricultura sustentável.

Em um cerimônia na manhã desta quarta-feira, Akihiro Miyazaki, representante-chefe da JICA no Brasil, destacou que o interesse pelo Brasil vai bem além do fomento ao agronegócio. “Não nos restringimos somente à agricultura. Nos importamos com os resultados sociais que as empresas podem promover nos países em desenvolvimento”.

Se depender da JICA, outros investimentos serão feitos. “Escolhemos a Agrolend por causa de sua tecnologia inovadora e estamos abertos a discutir oportunidades em outras empresas de agronegócio. Estamos sempre de olho nessa possibilidade”, disse Miyazaki, durante a cerimônia realizada na Japan House, na capital paulista.

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Desde a fundação, em 2021, a Agrolend levantou cerca de US$ 100 milhões em equity, em rodadas que incluíram gestoras como Barn Investimentos — firma liderada por Flavio Zaclis —, SP Ventures, Lightrock, Provence Capital, e players como Yara, Continental Grain e Valor Capital.

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A aproximação entre a JICA e a Agrolend foi feita por Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures e um dos membros do conselho do banco digital. O gestor estava no palco da cerimônia que sacramentou o investimento ao lado de Alan Glezer, Aryeverton Fortes de Oliveira, pesquisador da Embrapa, e Miyazaki, da JICA.

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