EUA elevam para 125% as tarifas sobre produtos chineses

EUA elevam para 125% as tarifas sobre produtos chineses

Os Estados Unidos elevaram para 125% as tarifas sobre produtos chineses, anunciou nesta quarta-feira o presidente americano Donald Trump na rede social.

A medida veio após a China aumentar para 84% as taxas cobradas sobre produtos dos Estados Unidos, em mais um capítulo da guerra tarifária de Trump. Em paralelo, Canadá e União Europeia podem impor tarifas de 25% sobre produtos americanos.

Esse conflito deve reduzir o comércio global no curto prazo, com impacto nos juros e no preço do dólar.

No Brasil, como no resto do mundo, a moeda americana já disparou e superou os R$ 6,00. É porque o dólar ainda é considerado um porto seguro para os investidores em momentos de incertezas, como explica o professor de economia da UnB, Cesar Bergo. Para ele, o Brasil vai ter que esperar a temperatura baixar.

Então é de se esperar um aumento. Embora tenhamos reservas, o Banco Central brasileiro vem queimando reserva nos últimos meses, inclusive para manter essa estabilidade. Mas nesse momento não há o que fazer. É aguardar a calmaria, como diz o ministro Haddad, esperar a poeira baixar. 

Com o comércio global esfriando, há menos produção — e, assim, diminui também a procura por petróleo. A tendência é de que os preços baixem, mas o dólar alto deve compensar essa diferença, explica o professor Cesar. Então, talvez a gente ainda não veja a gasolina ficar mais barata.

Dentro da metodologia da Petrobras é importante que se tenha tanto uma queda no preço do barril como uma queda no preço do dólar. Senão um acaba compensando o outro e o preço do combustível no final acaba não caindo. E o que vai determinar também é a questão da demanda, se de fato permanecer essa política tarifária com redução nas produções no mundo inteiro, a tendência é que o preço dos combustíveis também vem a cair nos próximos meses. 

O professor de economia da Universidade Federal do Paraná, Marcelo Curado, afirma que se a China perder o mercado americano, vai ter que encontrar outros compradores. Então, a América Latina — incluindo o Brasil, claro — pode ser um destino.

Pode-se ter um impacto por um lado positivo de produtos chineses mais baratos aqui mas o que também se a gente olhar do conjunto de emprego pode ter um impacto sobre alguns setores industriais. Então a gente precisa ainda pensar um pouquinho no tempo quando fala Brasil e China. Brasil e China têm uma relação muito consolidada. 

O professor Curado não acredita que essa guerra tarifária continue por muito tempo, por causa dos impactos negativos. E o mundo já viveu isso antes.

No século passado, ns década de 30, quando os países começaram a se fechar demais, a reduzir comércio. É ruim para todo mundo porque o comércio traz benefícios. Você consegue adquirir produtos mais baratos. Para os consumidores isso é ruim. Mas especificamente para o Brasil, eu acho que no curto prazo o efeito é sobre alguns setores específicos. Agora continuando essa guerra, e aí ter uma pressão de inflação nos Estados Unidos, provavelmente um aumento de juros americano, isso afeta também a taxa de juros no Brasil.

Segundo o professor, os exportadores brasileiros, especialmente de aço e alumínio, vão ter que buscar novos mercados se as taxas permanecerem altas nos Estados Unidos.


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