O governo brasileiro está mapeando setores da economia que poderiam ser afetados por uma guerra comercial com os Estados Unidos, em meio a ameaças do presidente Donald Trump de impor tarifas sobre importações, informou neste domingo o jornal Folha de S.Paulo.

Uma disputa comercial poderia ter efeitos pesados para o Brasil, com potencial de reduzir em 70% as exportações do país para os EUA caso uma tarifa de 25% seja implementada, segundo análise da Bloomberg Intelligence.

Diferentemente de outros países na mira de Trump, o Brasil mantém déficit comercial com os EUA desde 2008, o que sugere pouca razão econômica para retaliações americanas. As principais exportações brasileiras para os EUA são petróleo bruto, ferro semi-acabado, produtos siderúrgicos e aeronaves, enquanto suas principais importações são motores e máquinas não elétricas, óleos combustíveis de petróleo e aeronaves.

Trump disse que planeja revelar tarifas recíprocas esta semana que afetarão “todos”, sem oferecer detalhes específicos. Ele disse que planeja fazer um anúncio no início desta semana.

Os preparativos do Brasil estão sendo feitos a pedido do vice-presidente Geraldo Alckmin, disse a Folha. Um estudo feito pela equipe de Alckmin considera aumentar tarifas e outras ferramentas, como a suspensão do regime chamado ex-tarifário, que reduz temporariamente impostos de importação para certos produtos.

O governo também está considerando aprofundar relações com outros países do Brics, principalmente China, Rússia e Índia, segundo o jornal. O Brasil está tentando avaliar se uma retaliação poderia se transformar em custos mais altos para empresas brasileiras.

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