Holambra, a cooperativa paulista que cresce com grãos

Holambra, a cooperativa paulista que cresce com grãos

Pensar na produção de soja e milho no Brasil significa, quase sempre, lembrar de estados como Mato Grosso, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul… Mas também existem grãos em SP. Bem mais tímida, a produção paulista é, inclusive, o motor para fazer a Holambra Agroindustrial crescer.

Fundada nos anos 1960, a cooperativa Holambra Agroindustrial reúne cerca de 150 mil hectares de produtores paulistas de grãos (soja, milho), além de trigo, feijão, algodão e frutas.

Curiosamente, a cooperativa não fica na cidade das flores. O nome também vem da imigração holandesa, que se instalou, neste caso, nas proximidades de Paranapanema, a cidade que até hoje abriga a sede da associação.

No ano passado, a cooperativa faturou R$ 2,3 bilhões, mantendo o número de 2023. Agora, a previsão é fechar 2025 em R$ 2,6 bilhões de faturamento, recuperando a trajetória de crescimento que ficou para trás em 2022 — naquele ano, a cooperativa faturou R$ 2,8 bilhões.

“O crescimento deve vir da área de insumos, em função do deslocamento de concorrentes e da credibilidade da nossa marca na região. Nosso bom posicionamento de preços fez com que a gente avançasse de forma importante”, ressalta Matheus Carvalho, CEO da Holambra há pouco mais de dois anos. Antes, trabalhou na Coopersucar e no CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).

Mesmo com o faturamento razoavelmente estável no último ano, a cooperativa investiu em melhorias organizacionais e conseguiu melhorar o resultado em 2024. O lucro líquido saiu de R$ 32,8 milhões, em 2023, para R$ 48,5 milhões no ano seguinte.

“Neste ano, devemos chegar em R$ 60 milhões. E tem potencial para mais. Estamos investindo em eficiência, implantando SAP, CRM, profissionalizando a gestão. Isso tem um resultado importante”, ressalta Carvalho.

A dívida líquida fechou o último ano na casa dos R$ 400 milhões, com um caixa perto de R$ 200 milhões, segundo o CEO. “Nessa dívida tem de tudo, desde capital de giro até o longo prazo para investimentos”, diz.

A liquidez de curto prazo (circulante) é de 1,24 vez. Ampliando esse horizonte, cai para uma vez, refletindo investimentos realizados em armazenagem ao longo dos últimos anos. 

O perfil da cooperativa

São 400 cooperados atendidos anualmente, além de outros 2,5 mil clientes de fora da cooperativa. Em média, esse público tem propriedades que variam de 600 a 2 mil hectares — patamares incomparáveis com os grandes polos de produção agrícola no centro-oeste, refletindo as características de terrenos menores (e mais caros) em São Paulo.

A cooperativa tem três áreas de atuação: uma de insumos e sementes, que tem seis lojas e fatura cerca de R$ 1 bilhão, a área de grãos (com sete unidades de recepção e faturamento também na casa do bilhão) e a indústria, com tratamento de semente, ração e algodão (em cerca de R$ 200 milhões).

“Diferentemente de outras regiões, aqui a gente não tem problema de capacidade de armazenagem de grãos. Podemos receber um milhão de toneladas e recebemos 750 mil”, explica Carvalho.

A venda dos grãos acontece principalmente para tradings, sem a cooperativa assumir posições de mesa (derivativos) relacionados à venda futura dos grãos.

Além das vendas de produtos, a cooperativa também atua com crédito ao produtor rural, numa carteira de R$ 450 milhões. Os principais serviços prestados têm a ver com recuperação de créditos de ICMS (facilitando as trocas de insumos por esses créditos) e recuperação de valores do Funrural.

A Holambra não divulga os detalhes a respeito dessa carteira, com o CEO se limitando a comentar que a cooperativa está mais criteriosa na análise desses empréstimos.

“Estamos convivendo com alguma inadimplência, mas focados em crescer de forma cuidadosa. Nosso cooperado é um empresário capitalizado. Se fôssemos para mar aberto, encontraríamos clientes com perfis mais variados”, ressalta Carvalho.

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