Nesta quinta-feira (18), os investidores devem reagir à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 15% ao ano. A manutenção, anunciada após o fechamento do mercado, já era esperada, mas as análises indicam que, pelo tom do comunicado, o ciclo de cortes da taxa de juros deve iniciar apenas no próximo ano.
O documento aponta que o Copom “seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, a Selic termina o ano no patamar dos 15% e dificilmente terá novas altas. Segundo ele, chamou a atenção o Banco Central mencionar a moderação da atividade econômica, mas destacar a resiliência do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a 5,6%.
Já Thomás Gibertoni, sócio e Portfólio Manager da Portofino Multi Family Office, entende que a decisão reforça uma postura mais cautelosa, mas que há alguns sinais de que o início dos cortes se aproxima. “Na prática, o Copom reconhece que a taxa atual é elevada e tem impactos relevantes sobre a atividade, mas prefere esperar sinais mais claros de convergência da inflação antes de iniciar um ciclo de cortes. Um ponto importante é que o comunicado retirou a sinalização explícita de manutenção para a próxima reunião, o que pode indicar proximidade de um esgotamento no atual nível de juros”, ressaltou.
Antes disso, o mercado reagiu positivamente ao anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que reduziu as taxas de juros em dólar para a faixa entre 4,00% e 4,25% ao ano, e levou o Ibovespa B3 a mais um recorde.