Tadeu Ruzza, gestor da Itaú Asset

O périplo de FGAA11, EGAF11 e RURA11 para recomprar cotas

Tadeu Barreto, gestor do Fiagro da Itaú Asset, durante debate promovido por The AgriBiz e Brazil Journal

As primeiras recompras de cotas de Fiagro ainda não ocorreram, mas o número de gestores que pretendem lançar mão da estratégia para recuperar o valor do mercado dos fundos está aumentando.

Depois que a FG/A, gestora de Ribeirão Preto, abriu a porteira com uma consulta pública aos cotistas para permitir a recompra de cotas do FGAA11, outras duas casas fizeram o mesmo.

Em 3 de julho, foi a vez da Ecoagro. A gestora criada pela securitizadora comandada por Moacir Teixeira iniciou a consulta aos cotistas do EGAF11, Fiagro com um patrimônio de R$ 310 milhões.

A gestora mais recente a iniciar os procedimentos para viabilizar a recompra de cotas é a Itaú Asset. A casa lançou uma consulta aos cotistas na terça-feira para mudar o regulamento do RURA11, Fiagro listado com mais de R$ 1,6 bilhão. A consulta vai até 17 de setembro.

Com as recompras, os três fundos buscam trazer o valor de mercado das cotas para o patrimonial, limiar a partir do qual se torna possível realizar follow-on, aumentando o tamanho de cada Fiagro.

Depois de bater as mínimas perto de R$ 7 no segundo semestre do ano passado, as cotas do RURA11 se mantêm perto dos R$ 8 desde o início de maio, ainda abaixo do valor patrimonial de R$ 10,24, segundo dados do Clube FII.

No EGAF11, a mínima veio em dezembro, na casa dos R$ 80 e, pelo menos desde abril, o fundo tem se mantido perto de R$ 92, também abaixo do valor patrimonial (R$ 99,04).

No caso do FGAA11, um fundo com R$ 423 milhões sob administração, o pior momento também foi o dezembro, com a cota perto dos R$ 7. Atualmente, o fundo negocia mais perto dos R$ 8,60 — lembrando que, nesse período, o fundo também emplacou um programa de amortização, outra forma de ajudar na recuperação das cotas. Ainda assim, segue abaixo do patrimonial de R$ 9,39.

“Temos um pipeline gigantesco de novos ativos. Queremos trabalhar em novas ofertas, mas com o preço de mercado inferior ao patrimonial isso fica muito limitado. É aí que a recompra acaba sendo interessante, como um movimento estabilizador de mercado”, afirmou Bruno Lund, diretor da gestora da Ecoagro, ao The AgriBiz.

Os desafios

Se a recompra traz a oportunidade de minimizar o susto dos cotistas com as oscilações de mercado, emplacar esse novo mecanismo ainda é uma tarefa carregada de desafios.

Nas três consultas anunciadas — FG/A, Itaú e Ecoagro — está prevista a necessidade de aprovação desse ponto pelo equivalente a 25% das cotas emitidas por cada fundo, um percentual que segue a normativa da CVM de FIIs, que demanda quórum qualificado para esse tipo de votação.

Tendo em vista a pulverização das cotas, ainda há ceticismo no mercado a respeito de quanto tempo vai levar para atingir o percentual mandatório. No caso do fundo da FG/A, são 50 mil cotistas ao todo e, no RURA11, são 87 mil. 

Além de ser muita gente, a falta de engajamento é uma pedra no sapato. Entre e-mails desatualizados e a própria desatenção do investidor com esse tipo de iniciativa, os fundos embarcam em uma verdadeira força-tarefa, com direito a banners em sites de investimentos acessados pelo público investidor, além de uma ação próxima aos escritórios de agentes autônomos. 

Dos três fundos, o EGAF11 parece o mais próximo de conseguir o aval para a recompra. Além contar com um número razoavelmente menor que RURA11 e FGAA11 — são apenas 11 mil —, o patrimônio é mais concentrado em um número de menor de cotistas, o que tende a facilitar a tarefa.

Não à toa, a consulta da Ecoagro se encerra daqui a pouco.

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