O mercado físico do boi gordo encerrou a semana com queda nos preços da arroba, em meio ao aumento na disponibilidade de animais para abate, principalmente fêmeas, e vendas de carnes consideradas lentas entre os consumidores domésticos.
Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), o preço do boi gordo caiu R$ 2 por arroba na sexta-feira (14/2), para R$ 320 por arroba, segundo dados da Scot Consultoria. As fêmeas ficaram com cotações estáveis, com a vaca negociada a R$ 290 por arroba e a novilha em R$ 310 por arroba.
“A boa oferta de boiadas e o escoamento de carne bovina mais lento, têm permitido que as indústrias frigoríficas trabalhem com escalas de abate confortáveis, em média, de sete dias”, disse a consultoria em nota.
Das 32 “praças” pecuárias avaliadas pela Scot, houve queda em 13, no comparativo diário.
Pedro Gonçalves, analista da Scot, ressaltou em relatório que o aumento na oferta de fêmeas para abate que o mercado registra agora, além da sazonalidade, tem relação com as condições climáticas do ano passado.
“O clima extremamente seco a partir da sua segunda metade do ano passado impactou o sistema produtivo de cria, causando o atraso da estação de monta, refletindo nas ofertas para agora”, afirmou o especialista.
Isso significa que uma quantidade menor de vacas ficou prenha no período reprodutivo conhecido como estação de monta e, então, mais fêmeas estão sendo enviadas para abate.
No acumulado de fevereiro até quinta-feira (13/2), a participação de fêmeas abatidas está em 43,6%, versus 43,4% no mesmo período do ano passado, segundo a Scot.
“O início acelerado do abate de fêmeas trouxe uma “frouxidão” maior para o mercado, mesmo com a exportação (de carne bovina) retomando a bons patamares em fevereiro”, acrescentou Gonçalves.